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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Santa Teresinha e a JMJ


2013 é um ano destinado a ficar na história da Igreja do Brasil, da juventude: O Brasil será a sede da Jornada Mundial da Juventude, quando milhões de jovens virão de todas as partes do mundo para renovar e manifestar publicamente a própria fé.

Quando a França foi sede da JMJ, o Beato João Paulo II não só proclamou como Doutora da Igreja a Teresa do Menino Jesus, mas também a proclamou Padroeira da Juventude. Ninguém melhor do que ela, que viveu apenas 24 anos, pode compreender os desejos dos jovens. Jovens do mundo inteiro têm desejos que nós, "velhos", nem sempre compreendemos.

Mas se fizermos esforço para entrar de novo no útero da juventude e renascer no Espírito Santo, como diz Jesus, poderemos sem dúvida retomar os nossos sonhos de ontem e projetá-los hoje. Não numa forma monótona e antiquada mas sim, com o dinamismo que o Séc. XXI exige.

Posso estar errado - e aqui os antropólogos, teólogos, psicólogos e todos os que quiserem, me ajudem. A pessoa humana fundamentalmente não muda, ela nasce olhando o seu futuro, buscando caminhos novos E abrindo caminhos para as novas gerações. Há dentro de nós o desejo de infinito que não pode ser apagado. Devemos seguir o curso da, água do rio, quando nos leva ao oceano, mas também subir cansativamente o curso d' água para voltar à nascente e beber da água pura e não contaminada pelos detritos que ela encontra no caminho.

O jovem quer viver. Teresinha queria viver a sua vida com entusiasmo, com amor, com novidade. E quando via um caminho fechado, ela não desanimava, mas procurava outro. Tinha dentro dela um ideal claro e por isso lutou até consegui-lo. Queria ser carrmelita, era o seu ideal. Disseram - lhe que era impossível aos 15 anos, mas ela insistiu, foi de porta em porta, até bater à porta do Papa Leão XIII. E quando tudo parecia ser contra ela as portas do Carmelo se abriram e realizou o seu sonho.

Assim são os jovens, não desanimam nunca. Eles insistem de todas as formas e de todos os lados até que conseguem o que querem. Jovem não pode ser acomodado. Deve saber que não se chega à meta sem sofrimentos.

Que Santa Teresinha possa infundir nos jovens do mundo inteiro, mas especialmente aos do nosso Brasil esta coragem de não desanimar nunca. Recomeçar sempre.

Teresinha queria ser santa mas viu que o caminho da santidade daquele tempo era complicado. Precisava ter saúde de gigante para fazer mortificações que chamassem a atenção, penitências... Ela se sente impotente para tudo isto. Mas não renuncia à santidade e busca outro caminho: o caminho que todos podem percorrer, da pequena Via, feito de amor, de renúncia. de abandono e de confiança em Deus. E chega a ser Santa, e uma grande Santa

Assim devem ser os jovens de hoje. Diante do ideal, não podem renunciar, mas devem procurar novos caminhos. Deus não quer gigantes no amor. É possível amar tanto nas dificuldades e na doença, quanto na saúde. Teresinha foi criativa nas suas intuições. Quem é mais criativo do que os jovens? Eles devem criar novos caminhos para a Igreja, para a família, para a missionariedade. Os valores serão os mesmos, mas a maneira como vivenciá-los será diferente.

Vivemos na era do Facebook, do iPod, do não sei quê e todos esses meios devem ser colocados a serviço de Deus. Jovens sabem como mexer com tudo isto e nós, velhos, devemos ter a humildade de agradecer a Deus pelos jovens que são mais criativos do que nós.

Teresinha queria ser missionária mas estava no mosteiro, fechada de muros por todos os lados. Mas quem pode fechar o coração? Quem pode perder o amor? Ela foi capaz de superar tudo isto e, com amor, com fé, abraçou a humanidade na missionariedade e na evangelização. "Quero ser missionária pela oração e pelo sacrifício." É preciso encontrar caminhos missionários não só na ação, mas também na oração contemplativa, no amor que arde em nosso coração.

Este ano, na festa de Santa Teresinha, pedi para ela que seja no meio dos nossos jovens uma força criativa, e que a Igreja do Brasil, desde agora prepare uma Jornada Mundial da Juventude única no seu gênero, bonita de fé, de amor, que marque o futuro da fé do nosso povo brasileiro.

Frei Patrício Sciadini,ODC

Artigo publicado no jornal "O Lutador", de Belo Horizonte, ano LXXXII n° 3747 11 a 20 de outubro 2011

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