Seja bem-vindo ao Blog da paróquia santa Teresinha do Menino Jesus da santa Face, da arquidiocese de Belo Horizonte, na Barroca.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Feliz 2012!!!

Com a graça de Deus, iniciamos um novo ano. A todos os leitores de "Pequena Via", nossos votos de saúde e paz, na companhia da Santa das Rosas.

Ouçamos o evangelho da festa de hoje. Ainda estamos na Oitava de Natal!



Voz: Raphael Paixão.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Evangelho da Noite de Natal - Lc 2, 1-14

Na voz do jovem Raphael Paixão, ouçamos a narrativa do nascimento de Jesus segundo Lucas (2,1-14).

O NATAL DE SANTA TERESINHA




Para Santa Teresinha, a conversão é busca de perfeição que se tece no cotidiano, no enfrentamento das pequenas infidelidades que nos impedem de viver plenamente o dom do amor. Batalha para toda a vida, jamais chegará a seu termo aqui na terra: “... reconheci bem depressa, que quanto mais se avança nesse caminho, tanto mais se crê longe do termo; assim, agora, resignei-me a ver-me sempre imperfeita e nisso encontro minha alegria (MA 74r).” Resignada com sua imperfeição, Teresinha avança. Não nutre ilusões a respeito de si mesma. Aceita sua fraqueza, mas deseja atingir o cume da perfeição energicamente. Para tanto, mortifica-se. Sacrifica-se para se dominar, para se corrigir e se aperfeiçoar na caminhada para Deus. Abraça uma vida de "penitência interior", posto que lhe era muito difícil submeter-se a penitências físicas.
Sua busca de conversão cotidiana será sempre nutrida pela memória de um, noite extraordinária: a noite de Natal de 1886, a noite de sua "completa conversão". Ela retorna da Missa do Galo onde recebera o "Deus forte e poderoso" na eucaristia. Aos 13 anos é uma criança que vive o Natal como todas as crianças. Entra em casa apressada, à procura de seus presentes Mas seu pai já está farto dessas infantilidades.
Nessa noite Teresa tem sede de mudança e decide dar uma reviravolta. O golpe desferido pelas palavras do amado pai lhe mostra que não pode continuar criança. Não pode mais viver cobrando afeição. Precisa parar de chorar. Pare ela, isso se revela como um verdadeiro milagre: "Foi preciso Deus fazer um pequeno milagre para eu crescer de repente, e esse milagre se deu num dia inesquecível de Natal, nessa noite luminosa que ilumina as delicias da Santíssima Trindade, Jesus, a doce criancinha recém-nascida, transformou a noite da minha alma em torrentes de luz...” (MA 44v).
Pode parecer ironia: um Menino desperta em Teresa o desejo de deixar de ser Menina. Ela converte-se para ser independente, para buscar seus próprios caminhos. Converte-se para não precisar viver recebendo presentes, afagos e aplausos. E, mais ironicamente, deixa de ser Menina para se transformar em verdadeira criança nos braços de Deus. A partir daí, a busca de perfeição consistirá em fazer a vontade de Deus e não procurar submetê-Lo e os outros a seus caprichos infantis: "Jesus, que se fazia criança por meu amor, dignou-se desfazer-me dos cueiros e das imperfeições da infância".
Segundo testemunho da própria Santa, aí se inaugura o período "mais bonito, o mais repleto das graças do Céu" (MA 45v). Milagre, conversão, autoconfiança: " ... nessa noite em que se fez fraco e sofrido pelo meu amor, fez-me forte e corajosa, equipou-me com suas armas e, desde essa noite abençoada, não saí vencida em nenhum combate. Pelo contrário, andei de vitória em vitória e iniciei, por assim dizer, 'uma corrida de gigante"'(MA 45f).
A palavra "conversão" pode parecer muito pesada quando aplicada à inocente Teresa. Mas ela a usa textualmente. E no contexto das festas natalinas pode parecer inadequado evocar um termo que tem sabor quaresmal! Mas, se no Natal celebramos o nascimento do Amor, não poderíamos aproveitar essa data para renascer, para abraçar a Vida, escapando aos velhos esquemas de egoísmo, orgulho e vaidade "infantis"?
No Natal nasce a Vida. Numa perspectiva teresiana, essa festa sempre será um chamado à conversão. Haverá sempre algo a ser mudado em nós. Para despertarmos da inércia será preciso um "golpe" como aquele recebido por se Teresa? Ou, antes que ele chegue já poderíamos nos encaminhar até Belém as para adorar o Menino nascido em pobreza? Um "Feliz Natal" só trará real felicidade se nos trouxer de volta a alegre decisão de viver uma vida nova.

Pe. Antônio Damásio Rêgo Filho

domingo, 20 de novembro de 2011

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Popularmente conhecida como “Festa de Cristo-Rei”, esta celebração é a mais recente dentre as quatro chamadas “Solenidades do Senhor”, que a Igreja celebra no Tempo Comum. Sua origem se deve ao papa Pio XI, o qual, na Encíclica “Quas primas”, de 11 de dezembro de 1925, “desenvolve a idéia de que um dos meios mais eficazes contra as forças destruidoras da época seria o reconhecimento da realeza de Cristo”, na restauração de todas as coisas, como reza então a Oração do Dia, na referência ao projeto de Deus. Sua instituição comemorou o 16º centenário do Primeiro Concílio de Niceia, no qual se proclamou a igualdade substancial entre Cristo e o Pai.

Inicialmente foi fixado o último domingo de outubro para a sua celebração, tendo em vista a proximidade da Solenidade de Todos os Santos, “a fim de que se proclamasse abertamente a glória daquele que triunfa em todos os santos e eleitos”. Porém, com a reforma litúrgica do Vaticano II, sua celebração passou para o 34º domingo do Tempo Comum, último domingo então do Ano Litúrgico, com os textos da Liturgia, tanto bíblicos como eucológicos, fortemente voltados para o sentido escatológico e da realeza de Cristo.
O sentido da criação e da restauração do mundo em Cristo (cf. Cl 1,15-20), que se consumou na sua Paixão, Morte e Ressurreição, com sua vitória definitiva sobre a morte (cf. 1Cor 15,26), sendo o Cordeiro imolado digno de receber a glória e o poder (cf. Ap 5,12), traz realmente a característica principal desta solenidade: Aquele que restaura o mundo, nele próprio criado e nele próprio subsistente, é aquele também que vai exercer sobre ele a sua realeza, e esta transcende a dimensão temporal e cósmica, isto é, os domínios de um mundo visível. A realeza, pois, que se celebra nesta solenidade é total, plena e celeste, exercida à direita do Pai (cf. At 7,56; Hb 1,3-4; Ap 22,1).
Saibamos também que a realeza de Cristo é aquela que se manifestou no sacrifício da cruz, com seu paradoxo, com sua “loucura” e com sua simplicidade redentora. Portanto, “supera de longe o modelo davídico”, embora seja, biblicamente, de sua linhagem. Escarnecido por espectadores (cf. Mt 27,39-44), insultado pelo ladrão impenitente (Lc 23,39) e por soldados da vassalagem imperial (Lc 22,63-65), reverenciado, porém, pelas santas mulheres, dentre elas sua própria Mãe, estimado por discípulos e amigos, mesmo trêmulos e distantes, eis o quadro doloroso da Cruz. Mas, saibamos: em sua soberana realeza, ele pôde livremente dar ao ladrão arrependido a dimensão mais profunda de seu poder e de sua misericórdia, afirmando: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43), como vai concluir o evangelho da celebração do Ano C. E os Santos Padres comentam: se ele disse isto a um ladrão, certamente dirá o mesmo a cada cristão comprometido com o seu Reino.
Na verdade, “hoje”, ou seja, “agora”, para mim, para você, para todos, e não só para o ladrão arrependido, começa então de maneira viva, eficaz, definitiva e solene, o início da imortalidade, com nossa participação definitiva na realeza de Cristo, inseridos que fomos, pela graça batismal, no seu sacerdócio, graça que nos confere ainda a dimensão régia e profética para a nossa vida.
Na riqueza dos textos bíblicos, a Liturgia proclama que Cristo é a origem, o centro e o fim do universo criado, como também a sua consumação mais profunda, na medida em que o restaura e o entrega ao Pai (cf. 1Cor 15,24). O Rei da eterna realeza é então o mesmo, “ontem, hoje, e por todos os séculos” (cf. Hb 13,8), como também é “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (cf. Ap 22,13).
É salutar para a nossa vida cristã saber que Cristo, no seu Mistério Pascal, fez de nós um reino de sacerdotes para Deus (Ap 5,10) e, ressuscitado, garantiu a nossa ressurreição, pois “Ele é o Senhor que destruirá também a morte como o último inimigo (cf. 1Cor 15,26). Assim a Igreja, unindo sua oração à riqueza da palavra bíblica, já no início da celebração vai permitir-nos rogar a Deus com o coração cheio de confiança: “...fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente”.
Podemos dizer que o Reino de Cristo é, pois, um reino que começa por dentro e que não se deixa corroer por forças exteriores, opostas a ele, ou não muito propensas a submeter-se a ele. É o reino da verdade, que dá testemunho da Verdade (cf. Jo 18,37), e não como os reinos deste mundo, que manipulam a verdade, fabricando-a a seu gosto, substituindo-a pela mentira, fazendo com que ambas (verdade e mentira) vistam a mesma roupagem e dando-lhes o mesmo conceito e o mesmo valor.
Diga-se mais, mesmo com a pobreza de nossas palavras: o Reino de Deus não é um reino de interesses mesquinhos, de vassalos e de escravos, mas um reino de amor, de servidores fiéis, cujo Senhor não se contenta com “servos”, mas que abre seu coração para a intimidade de “amigos” (cf. Jo 15,15) e de “irmãos” (cf. Jo 20,17). Nesse Reino, a sabedoria está oculta aos sábios, doutores e entendidos, mas revelada aos humildes e aos pequeninos (cf. Mt 11,25; Lc 10,21).
Finalmente, pode-se afirmar que esta celebração, colocada no fim do Ano Litúrgico, como que o coroa na glória do Cristo-Rei, no esplendor do Mistério Pascal, fazendo também ressoar em toda a Igreja e na vida de todos nós o caráter escatológico de toda a Liturgia e seu dinamismo santificador.
João de Araújo

sábado, 12 de novembro de 2011

“LIVRA-NOS DO DEUS QUE DÁ MEDO” - 33o. Domingo Comum - Ano A - 13/11/2011

“LIVRA-NOS DO DEUS QUE DÁ MEDO”

“De Deus dizemos tranquilamente coisas que não nos atreveríamos dizer de nenhuma pessoa decente” (Tony de Mello)

Chegamos à pós-modernidade com uma enorme carga de medo; somos atormentados o tempo todo pelo medo; um medo sem nome, um fantasma sem rosto, escuro como uma sombra e rápido como uma tempestade; medo cruel que afeta os corajosos e agride os ousados. O medo deixa as pessoas vulneráveis à manipulação. Uma longa cadeia de medos, da primeira à última respiração, nos ameaça nesta terra de sombras.

Diferentes medos congelam nossas relações, atormentam nossa vida, quebram nossa serenidade, obscurecem o nosso próprio ser, matam nossos so-nhos e intuições: medo do fracasso, da velhice, medo de mudanças, medo de decidir, medo de não corresponder às expectativas dos outros, medo de perder o emprego, medo de se comprometer, medo da situação social-econômica, medo da violência, medo do diferente, medo do vazio, medo do outro, medo da solidão, medo do novo, medo de viver e de morrer, medo de dizer a verdade (dá medo porque também se tem medo da verdade), medo do futuro...; há um medo silencioso que se manifesta na falta de sentido da vida: o medo que abala as razões para viver. Nada mais terrível do que ter medo de tudo. Com medos é insuportável viver.

O medo é um câncer que ameaça à fé, ao amor e à esperança de pessoas e instituições; ele corrói as fibras humanas, asfixia talentos, esvazia a vida e mata a criatividade.

O medo encolhe o ser humano, inibe a decisão e bloqueia os movimentos em direção ao “mais”.

A intensidade do medo pode anular a capacidade de reação das pessoas ou das instituições; ele impede o discernimento e a busca da solução mais inteligente para os problemas; longe de resolvê-los, pode agravá-los a médio e longo prazo.

Enfim, o medo obscurece o sentido e a direção da vida, tira o brilho tão próprio do amor; ele nos acovarda e nos enterra na acomodação mesquinha. E este medo se projeta na relação com Deus, ou seja, o medo nos faz projetar uma falsa imagem de Deus.

Quem pensa e sente dessa maneira, dificilmente pode relacionar-se com o Deus que Jesus nos revelou. Deus já não é o Pai misericordioso, senão o Transcendente que se compreende a partir do poder, da grandeza, da onipotência e tudo o que supera infinitamente o ser humano. Como conseqüência a relação com Ele já não é mais vivida a partir da bondade e do amor, mas da força e do medo.

Quem está convencido de que Deus atua assim, na realidade crê num “Deus” que é um constante perigo e uma ameaça insuportável.

Por isso, é urgente acabar com a imagem de Deus que ameaça, que não liberta nem cura, que nos amarra e não nos deixa viver.

Nesse sentido, é útil mergulhar e conhecer o verdadeiro sentido da Parábola dos talentos (Mt 25,14-30).

Normalmente, costuma-se explicar esta parábola dizendo que Deus dá a cada pessoa uma quantidade determinada de talentos, divinos e humanos, dos quais terá de prestar contas a Ele, até o ultimo centavo, no dia do Juízo Final. Quando se interpreta a parábola dessa maneira, o Deus que aí aparece é uma ameaça insuportável; ao considerar a parábola como uma exortação à responsabilidade, falsifica-se o sentido autêntico da mesma. O que está em questão aqui é a “imagem” de Deus que todos trazemos.

Temos de levar em conta a situação concreta que Jesus vivia quando falava em parábolas. Ele viveu situações muito conflitivas e de enfrentamento com os fariseus, os sumos sacerdotes, os mestres da lei.

Mateus coloca esta parábola em um momento de máxima tensão e enfrentamento de Jesus com os fariseus; concretamente, com o “Deus” dos fariseus, que era um Deus terrível, ameaçante e justiceiro.

O indivíduo que recebeu um só talento estava convencido de que o “senhor”, ou seja, Deus, é “duro”, pois “colhe onde não semeou e ajunta onde não espalhou”. Esse indivíduo tinha uma idéia terrível de Deus. E por isso, como é natural, “tinha medo”; e o medo o levou a “esconder o talento debaixo da terra”. Isso, precisamente, foi sua perdição. O medo paralisa, ou seja, torna as pessoas estéreis.

No fundo, Jesus está dizendo o seguinte: “o Deus que ameaça com a exigência da prestação de contas até o último centavo, é um Deus que bloqueia e anula as pessoas, os grupos, as comunidades”.

Porque todo aquele que traz em sua consciência um Deus que mete medo, não fará nada nesta vida que valha a pena, já que o muito ou o pouco que recebeu será enterrado, por causa do medo. A promessa converte-se em ameaça, o chamado em imposição, a existência em castigo, o Evangelho em lei.

Crer em um Deus que pede conta até o último centavo é o mesmo que crer em um juiz justiceiro que torna a vida amarga e pesada. Sem a superação cotidiana dos medos, nossa experiência de Deus estará comprometida, perderá sua força inovadora e nos fará menos humanos.

A fé no “Deus que dá medo” se expressa no medo permanente como atitude de vida. Demasiado temor, demasiada falta de espontaneidade e de alegria na relação com Deus.

De fato, não existe depósito de munição mais potencialmente explosivo do que os estoques de medo guardados nas escuras profundezas do nosso ser.

É preciso rastrear, identificar, compreender e desterrar os medos de nossos corações.

É urgente substituir a cultura do medo pela cultura da coragem. A coragem desbloqueia energias, impulsiona decisões, levanta projetos, reacende a criatividade e o gosto por viver.

E do coração amoroso e maternal-paternal de Deus brota este convite: “Não tenhais medo”.

Um convite com força libertadora; é a força da Graça de Deus que alavanca o passo para a frente: o passo da mudança, o passo da ousadia de sonhar de novo, o passo do trabalho criativo...

As batalhas mais profundas do espírito se conquistam com o atrevimento da coragem, com a força da fé, com a imaginação solta, com a criatividade livre e desimpedida..

Texto bíblico: Mt 25, 14-30

Autor: Pe. Adroaldo sj

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Bazar de Natal da Casinha do Girassol

A Pastoral do Menor promoverá nos dias 19 e 20 de novembro, sábado e domingo, o Bazar de Natal da Casinha do Girassol. Não deixe de ver e adquirir lembranças para presentear seus familiares e amigos. Dessa forma, você estará contribuindo para a realização de nosso ideal: promover a dignidade e a vida de tantas crianças, a quem servimos com amor e dedicação. Venha! O bazar será no salão da igreja. Esperamos por você. Ajude-nos a divulgar este evento.

Santa Teresinha e a JMJ


2013 é um ano destinado a ficar na história da Igreja do Brasil, da juventude: O Brasil será a sede da Jornada Mundial da Juventude, quando milhões de jovens virão de todas as partes do mundo para renovar e manifestar publicamente a própria fé.

Quando a França foi sede da JMJ, o Beato João Paulo II não só proclamou como Doutora da Igreja a Teresa do Menino Jesus, mas também a proclamou Padroeira da Juventude. Ninguém melhor do que ela, que viveu apenas 24 anos, pode compreender os desejos dos jovens. Jovens do mundo inteiro têm desejos que nós, "velhos", nem sempre compreendemos.

Mas se fizermos esforço para entrar de novo no útero da juventude e renascer no Espírito Santo, como diz Jesus, poderemos sem dúvida retomar os nossos sonhos de ontem e projetá-los hoje. Não numa forma monótona e antiquada mas sim, com o dinamismo que o Séc. XXI exige.

Posso estar errado - e aqui os antropólogos, teólogos, psicólogos e todos os que quiserem, me ajudem. A pessoa humana fundamentalmente não muda, ela nasce olhando o seu futuro, buscando caminhos novos E abrindo caminhos para as novas gerações. Há dentro de nós o desejo de infinito que não pode ser apagado. Devemos seguir o curso da, água do rio, quando nos leva ao oceano, mas também subir cansativamente o curso d' água para voltar à nascente e beber da água pura e não contaminada pelos detritos que ela encontra no caminho.

O jovem quer viver. Teresinha queria viver a sua vida com entusiasmo, com amor, com novidade. E quando via um caminho fechado, ela não desanimava, mas procurava outro. Tinha dentro dela um ideal claro e por isso lutou até consegui-lo. Queria ser carrmelita, era o seu ideal. Disseram - lhe que era impossível aos 15 anos, mas ela insistiu, foi de porta em porta, até bater à porta do Papa Leão XIII. E quando tudo parecia ser contra ela as portas do Carmelo se abriram e realizou o seu sonho.

Assim são os jovens, não desanimam nunca. Eles insistem de todas as formas e de todos os lados até que conseguem o que querem. Jovem não pode ser acomodado. Deve saber que não se chega à meta sem sofrimentos.

Que Santa Teresinha possa infundir nos jovens do mundo inteiro, mas especialmente aos do nosso Brasil esta coragem de não desanimar nunca. Recomeçar sempre.

Teresinha queria ser santa mas viu que o caminho da santidade daquele tempo era complicado. Precisava ter saúde de gigante para fazer mortificações que chamassem a atenção, penitências... Ela se sente impotente para tudo isto. Mas não renuncia à santidade e busca outro caminho: o caminho que todos podem percorrer, da pequena Via, feito de amor, de renúncia. de abandono e de confiança em Deus. E chega a ser Santa, e uma grande Santa

Assim devem ser os jovens de hoje. Diante do ideal, não podem renunciar, mas devem procurar novos caminhos. Deus não quer gigantes no amor. É possível amar tanto nas dificuldades e na doença, quanto na saúde. Teresinha foi criativa nas suas intuições. Quem é mais criativo do que os jovens? Eles devem criar novos caminhos para a Igreja, para a família, para a missionariedade. Os valores serão os mesmos, mas a maneira como vivenciá-los será diferente.

Vivemos na era do Facebook, do iPod, do não sei quê e todos esses meios devem ser colocados a serviço de Deus. Jovens sabem como mexer com tudo isto e nós, velhos, devemos ter a humildade de agradecer a Deus pelos jovens que são mais criativos do que nós.

Teresinha queria ser missionária mas estava no mosteiro, fechada de muros por todos os lados. Mas quem pode fechar o coração? Quem pode perder o amor? Ela foi capaz de superar tudo isto e, com amor, com fé, abraçou a humanidade na missionariedade e na evangelização. "Quero ser missionária pela oração e pelo sacrifício." É preciso encontrar caminhos missionários não só na ação, mas também na oração contemplativa, no amor que arde em nosso coração.

Este ano, na festa de Santa Teresinha, pedi para ela que seja no meio dos nossos jovens uma força criativa, e que a Igreja do Brasil, desde agora prepare uma Jornada Mundial da Juventude única no seu gênero, bonita de fé, de amor, que marque o futuro da fé do nosso povo brasileiro.

Frei Patrício Sciadini,ODC

Artigo publicado no jornal "O Lutador", de Belo Horizonte, ano LXXXII n° 3747 11 a 20 de outubro 2011